A Amônia é um produto com vasta utilização.
Em 1716, J. Kunckel mencionou a formação de Amônia durante a fermentação. S. Hales, em 1727, observou que, ao se aquecer cal (Óxido de Cálcio – CaO) com Sal Amoníaco numa retorta que permita recolher o desprendimento gasoso sobre água, tal procedimento não parecia desprender nenhum gás; pelo contrário, toda a água era aspirada para o interior da retorta. Mas foi Joseph Priestley, em 1774, que “descobriu” a Amônia. Repetiu a mesma experiência de Hales, só que numa câmara pneumática de mercúrio, obteve o que denominou de “ar alcalino”; que nada mais é que a Amônia gasosa, cuja fórmula é NH3.
Claude-Louis Berthollet, em 1784, decompôs o gás por meio de uma centelha elétrica, estabelecendo sua composição como sendo 3 (três) volumes de hidrogênio e 1 (um) volume de nitrogênio. Foi a primeira análise elementar da amônia que proporcionou o conhecimento da fórmula.
A primeira produção em escala industrial deu-se em 1913, na Alemanha, utilizando-se o processo Harber-Bosch. O processo de produção da amônia consiste essencialmente na reação entre o nitrogênio e o hidrogênio, sob elevada pressão e temperatura, na presença de catalisador, como indicado na seguinte equação:
N2 + 3H2 = 2NH3
Antes do advento da indústria de amônia sintética, a principal fonte desse derivado nitrogenado era constituída pelos gases provenientes de operações de coqueificação do carvão.
O nitrogênio utilizado na síntese da amônia é derivado do ar. Uma grande variedade de fontes, contudo, é usada para obter o nitrogênio exigido pelo processo.
O processo Harber-Bosch é o principal método pata a obtenção de Amônia, mas atulamente existem muitos processos. Em laboratórios, por exemplo, obtém-se a amônia através do aquecimento do cloreto de amônio com hidróxido de cálcio, de fórmula Ca(OH)2, conforme a reação abaixo:
2 NH4Cl + Ca(OH)2 = CaCl2 + 2NH3 + H2O
2.1 Informações Gerais
Amônia (NH3).
Nome químico da substância composta por um átomo de nitrogênio e três de hidrogênio (NH3). Obtido a partir do nitrogênio atmosférico e hidrogênio de processo, em alta temperatura e pressão, na presença de um catalisador. Gás tóxico e corrosivo.
Utilizado como gás de refrigeração, como componente básico para a fabricação de fertilizantes, ácido nítrico e nitrato de amônia.
Subsiste no estado líquido, sob baixas temperaturas, ou pressões relativamente altas. É um gás incolor, porém, em altas concentrações produz nuvem de vapor visível, apresentando forte reação alcalina. Possui odor característico, pungente e penetrante.
Utilizado como gás de refrigeração, como componente básico para a fabricação de fertilizantes, ácido nítrico e nitrato de amônia.
Corrosivo para o cobre e superfícies galvanizadas.
É muito solúvel em água; a 0 ºC e 760 mm/Hg, um volume de água dissolve cerca de 1.300 volumes de gás, e a 20 ºC, o mesmo volume de água dissolve 710 volumes do gás. Quando dissolvida em água, há aquecimento e forma-se hidróxido de amônio (NH4OH).
A expansão da Amônia Anidra no ar, a 0° C, é de aproximadamente 900 vezes, ou seja, 1 litro de Amônia derramado equivale a 900 litros de Amônia gás.
2.2 Sinônimos:
Amônia
Gás Amoníaco
Hidreto de Nitrogênio
Amônia Anidra
2.3 Ficha Técnica
Número de risco = 268
Classe 2 – Gás comprimido, liqüefeito, dissolvido sob pressão ou altamente refrigerado
Classe 6 – Substância tóxica
Classe 8 – Corrosivo
Número de código da ONU = 1005
Classe ou Subclasse de risco = 2
Descrição da Classe ou Subclasse de risco = Gás Tóxico
CAS = 7664-41-7
Estabilidade e Reatividade
3.1 Condições específicas
- a) Estabilidade: Amônia Anidra é estável quando armazenado e usado sobre condições normais de estocagem e manuseio. Acima de 450 C pode se decompor liberando nitrogênio e hidrogênio. Não ocorre polimerização.
- b) Reações perigosas: Este produto é um gás alcalino que emite calor quando reage com ácidos. Em contato com halogênios, boro, 1.2. dicloroetano, óxido de etileno, platina, triclorato de nitrogênio e fortes oxidantes, pode causar reações potencialmente violentas ou explosivas. Em contato com metais pesados como mercúrio, causa reações altamente explosivas. Em contato com cloro e seus compostos pode resultar a liberação de gás cloramida. A Amônia Anidra produz significativa mistura explosiva quando em contato com hidrocarbonetos. O produto também é incompatível com aldeído acético, acroleína, hidrazina, ferrocianeto de potássio.
Condições a evitar: Evitar contato à elevadas temperaturas e fogo, não provocar reações com substâncias incompatíveis.
3.2 Produtos perigosos da decomposição
Decomposição térmica da NH3 pode produzir gases nitrosos tóxicos.
Peso Molecular: 17,03 g/mol
Densidade específica: 0,682 g/cm3
Densidade do vapor: 0,597 g/cm3
Cor: Gás incolor
Ponto de ebulição: 33,35 °C
Ponto de fusão: -77,7 °C
Temperatura crítica: 132,4 °C
Pressão crítica: 111,5 atm.
Pressão de vapor: 10 atm. a 25,7°C
Calor de combustão: – 4440 cal/g
Viscosidade: 0,255 cp a -33,5°C
Solubilidade em água: Miscível
Odor: Amoniacal, bastante pungente
Limite de explosividade no ar por volume %: 15 a 28%
Temperatura de auto ignição: 850°C ou 651°C (na presença de ferro como catalisador)
Temperatura de dissociação: acima de 400°C
Taxa de queima: 1 mm/min